segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Brasil precisa acelerar a construção de ferrovias, por Vicente Abate




O Brasil possui apenas 30 mil quilômetros de ferrovias de carga, dos quais 23 mil estão operacionais. Extensão extremamente pequena se considerada a grandeza do território nacional. Em uma breve comparação, a Alemanha, que tem o tamanho do Estado de São Paulo, possui 36 mil km.

É fato que o Brasil tem avançado, com a eficiência já demonstrada pelas atuais concessionárias ferroviárias de carga e com a execução de importantes obras, como a Ferrovia Norte-Sul, FIOL e Transnordestina. Mas precisamos de muito mais.

A construção de novos trechos, dentro do PIL – Programa de Investimentos em Logística, deverá ser deslanchada em breve com o lançamento do edital do primeiro trecho, entre Lucas do Rio Verde e Campinorte.

Decisão importante do Governo foi instituir os PMIs (Procedimentos de Manifestação de Interesse) para seis lotes do PIL que não possuíam projeto em condições de licitar as obras. Foram 71 propostas feitas por 20 diferentes grupos, o que demonstra o interesse da iniciativa privada nas obras de infraestrutura ferroviária.

A extensão destes seis lotes e do trecho Lucas/Campinorte representa pouco mais de 5.500 km, ou seja, 50% do total do PIL-Ferroviário.

A indústria brasileira de vagões, locomotivas e seus componentes encontra-se preparada para atender à demanda decorrente destes programas, contribuindo para tornar o transporte ferroviário competitivo, com tecnologia de ponta, desenvolvida pela engenharia brasileira, e oferecendo elevada produtividade para as concessionárias e seus usuários.

Os materiais para a construção da via permanente, com exceção dos trilhos, são todos fabricados pela indústria ferroviária nacional, com qualidade técnica e preço competitivo.

O Brasil precisa acelerar o desenvolvimento da infraestrutura de transportes, em especial

Vicente Abate é Presidente da ABIFER



Fonte: Revista Painel 2014

Publicada em:: 22/09/2014

segunda-feira, 30 de junho de 2014

30 de junho, dia do caminhoneiros



Homenagem do Blog Ferrovia Intermodal aos caminhoneiros,

e o agradecimento a Id Logistics, por nos lembrar-nos desta importante data


 Ferrovia intermodal é a integração entre os caminhões e a ferrovia,

com Paz, Ordem e Progresso para o Brasil e os Brasileiros


terça-feira, 27 de maio de 2014

Projetos não consideram os trajetos multimodais



Por mais que se invista em infraestrutura logística no país, a precariedade nesta área persistirá e será um dos principais obstáculos ao desenvolvimento nacional. Segundo especialistas, os projetos são de longo prazo, mas os erros antigos permanecem. Falta planejamento que considere todo o processo, da origem à entrega final, observando a intermodalidade - quando a carga é transportada por um ou mais veículos de uma ou mais modalidades de transporte. Isso também ocorre quando os contratos são firmados com diferentes transportadores, com o uso de multimodais, nos casos em que a carga faz seu percurso por um ou mais modais, mas tem um único contrato de transporte e uma única apólice de seguro.


"Os percursos multimodais não são considerados nos projetos de logística do governo. Não há conhecimento técnico. Os projetistas nem sabem do que se trata", diz Paulo Fleury, diretor-executivo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). O pessoal tem cabeça de engenheiro de ferrovia, engenheiro de porto, de estrada", diz.


Fleury foi um dos palestrantes do painel "Multimodalidade e Cadeia de Suprimento", apresentado no evento L.E.T.S., promovido em maio pelas federações estaduais das indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro (Fiesp/Firjan). Para ele, a questão da modalidade começou a ser pensada no Brasil no final da década de 90. Em fevereiro de 98 foi definido o que é uma operadora de transporte multimodal (OTM), mas uma série de problemas burocráticos envolvendo seguros, formulários etc., fizeram com que as primeiras OTMs surgissem somente em 2005. "Estamos em 2014 e apenas pouco mais de 400 empresas possuem certificado. Isso mostra a enorme burocracia que atrapalha a eficiência destes modais", afirma Fleury.


A matriz de transporte brasileira é composta da seguinte maneira: 66,6% rodoviário; 18,3% ferroviário; 12,1%, aquaviário; 3% é dutoviário. Aeroviário não existe. Nos Estados Unidos, a maior parte do transporte (38%) é feita por ferrovias, seguida por rodovias (31,2%), dutos (20,1%), aquaviários (10,3%) e aeroviários (0,4%). Para o diretor-superintendente da MTO Logística, Celso Queiroz, que divulgou esses dados em sua palestra no evento, a desproporção entre os modais brasileiros explica o fato de o país ter um Produto Interno Bruto (PIB) logístico entre R$ 500 e R$ 650 bilhões por ano - um volume aproximado do PIB de países como Chile, Portugal ou Grécia - e os Estados Unidos produzirem uma logística 25% mais barata que a do Brasil.


As condições "horríveis" da infraestrutura, diz Queiroz, os custos de dinheiro e tempo da burocracia, os custos trabalhistas, os gargalos portuários e a falta de balanceamento - que faz com que as rodovias ou estejam lotadas ou ociosas, dependendo do horário -, são também fatores que tornam mais cara a logística nacional. "Com as ferrovias que começam a ser construídas, teremos muita capacidade ociosa, que precisa ser vendida mais barata, senão não vai para frente. Isto é muito importante, mas os projetos do governo não tocam nestas questões. Isto é preocupante", afirmou.


Fleury dá uma ideia do impacto proporcionado pela multimodalidade nos custos. "Antes do contêiner, que é o principal veículo para a modalidade, descarregar e carregar um navio de 22 mil toneladas levava, em média, 149 dias por ano com a embarcação parada no porto. Com o contêiner, este tempo caiu para 32 dias. O ganho é enorme!"


Anselmo Riso, gerente de Relações Institucionais da Bosch, defendeu a multimodalidade em sua palestra, argumentando que ela valoriza o uso de cada modal, aumentando sua eficiência e eficácia, elevando a produtividade e beneficiando toda a cadeia. "O equilíbrio da matriz de transporte não precisa vir somente do investimento em outros modais, pode vir da criação de condições de deslocamento entre eles", afirmou Queiroz.


Conforme mencionou em sua palestra, André de Almeida Prado, da Atlas Transportes e Logística, a Organização das Nações Unidas já entende que é uma necessidade global a existência de transporte multimodal. Mas é necessário, segundo ele, que sejam avaliados vários fatores, como tipo de produto e distância, para verificar a conveniência ou não de adotar o sistema.


"Investir em intermodalidade é muito mais barato e racional do que investir em cada um dos modais. Mas este investimento não está na pauta ou raramente se vê em discussão no país", afirmou Queiroz. Segundo informa, muito pouco da logística brasileira está sobre contêineres.


"Não há como produzir logística sem ociosidade. Mas, com a intermodalidade e a multimodalidade é possível tornar esta logística mais produtiva", segundo Queiroz. Segundo acredita, uma nova ordem logística requer, além da modalidade, tecnologia e inovação, que envolve o uso de contêineres e a chamada internet das coisas - a conexão entre máquinas. Queiroz citou o exemplo do Waze, um aplicativo de trânsito e navegação abastecido por informações de seus usuários. "O Waze seria impossível de existir se alguém resolvesse investir nele. Seria inviável bancar um sistema com informações de trânsito de todas as cidades do mundo. Mas o Waze é fornecido gratuitamente porque existe a internet das coisas. Cada usuário é responsável por contribuir com o serviço." Ele calcula que a combinação de modalidade, tecnologia e inovação resultaria em uma logística 50% mais barata.


Outra vantagem, segundo Fleury, é que os terminais multimodais também têm a função, de maneira muito rápida, de armazenar produtos. "No entanto, nenhum plano de estratégia logística do governo federal nos últimos dez anos fala em armazenagem. Você não encontra esta palavra lá. Confundem transporte com logística, o que é um erro primário e perigoso porque o armazém é hoje estratégico, não serve só para guardar produtos. Aliás, nem deveria guardar, mas processar o produto, fazendo a transferência de um modal para outro", afirmou o diretor-executivo do Ilos.

 Jornal Valor Econômico  -   27/05/2014 -


Comentário:

O blog Ferrovia Intermodal discorda da frase que o assunto da multimodalidade, só começou a ser  pensada no Brasil no final dos anos 90, e só ler as postagem sobre o assunto em nosso blog Ferrovia Intermodal: Roadrailer, Rodotrilho e Transtrailer no Brasil, Contêiner e Política industrial e  o Sistema SITIC de São Paulo ; onde comentamos o trabalho dedicado e voluntariosos de eng.  como Valter Valenzuela, Eduardo Gonçalves David, Ciro Laurenza, Renê Cury entre outros, que nos anos de 1980 viajavam o mundo a serviço da Mafersa, Rede Ferroviária Federal, Fepasa e GEIPOT, estudavam, pesquisavam e tentavam implantar a intermodalidade e multimodalidade no Brasil, inclusive com o apoio dos últimos governos militares, que foram quem mais investiram em infra estrutura junto com os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, destacando em São Paulo o Governo de Orestes Quércia, é importante fazer justiça a essas pessoas e instituições; e pesquisarmos o que fizeram e a partir dai estudarmos o que vamos fazer, mesmo nomes como Bernardo Figueiredo, Marcelo Perrupato, Paulo Sergio Passos e Cesar Borges são quadros técnicos de indiscutível conhecimento e  que incentivavam e estudavam a questão da intermodalidade e multimodalidade, o grande problema está no setor privado que resiste e são apegados aos seus interesses econômico como é natural que seja, por que a maioria das vezes são empresas familiares e patrimonialistas, principalmente nas empresas rodoviárias de carga que serão afetadas e impactadas com a construção de eixos ferroviários intermodais de carga, que irão mudar o painel logístico dos transportes no Brasil, criando novos cenários na economia dos transportes no Brasil.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Rio lança Plano Estratégico de Logística e Cargas



O Governo do Estado Rio de Janeiro, através da Secretária de Estado de Transportes, e a Associação Comercial do Rio de Janeiro lançam nesta quarta-feira (13/11) o Plano Estratégico de Logística e Cargas do estado do rio de Janeiro (PELC RJ 2040). O lançamento será feito pelo secretário de Transportes, Julio Lopes, e o presidente da associação, Antenor Barros Leal, no Palácio do Comércio, sede da ACRJ, no Centro do Rio.

O objetivo do estudo é dimensionar a infraestrutura logística estadual e avaliar as soluções para os gargalos para os próximos 30 anos. Além disso, deve priorizar as ações e projetos para transformar o Rio em uma plataforma logística, com participação pública e privada.

Segundo o a Associação Comercial, os trabalhos serão divididos em três partes complementares. A primeira etapa visa o mapeamento e as avaliações das capacidades operacionais, o que vai delinear a demanda já existente, que será feito em conjunto com os empresários do setor, responsáveis por subsidiar informações de demanda. A segunda parte do planejamento consiste na estruturação viária dos pólos regionais, principalmente, nas regiões Serrana, Sul e Norte, produtora de Petróleo.

No final dessas pesquisas, será desenvolvido um estudo para dar a dimensão de como todos os nichos de mercado analisados poderão trabalhar em conjunto para a movimentação eficiente de cargas no Estado.


“O conjunto de indústrias de pequeno e médio porte existentes, por exemplo, na Região Serrana do Estado, tem uma parte de seu mercado em Minas Gerais, em São Paulo, no Espírito Santo. O estudo vai nos dar a dimensão de como transportar as cargas produzidas por Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, de maneira mais rápida, e a partir do menor custo”, explicou o subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho.

domingo, 10 de novembro de 2013

Seminário Sul Brasileiro das Ferrovias com apoio da FIESC




Seminário na FIESC apresenta projetos ferroviários para Santa Catarina

 A ampliação do sistema ferroviário, com a construção de novas linhas e a readequação da malha já existente, foi a pauta principal do seminário realizado na sede da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) na tarde desta quinta-feira (07).

O evento, promovido pela Frente Parlamentar das Ferrovias no Congresso Nacional, contou com a participação de empresários, parlamentares e representantes de entidades municipais e estaduais. Durante o encontro foram apresentados os principais projetos do setor em território catarinense.


Os parlamentares presentes foram unânimes em afirmar que o transporte ferroviário enfrenta dificuldades de desenvolvimento no país. Para o deputado estadual Dirceu Dresh, presidente da Frente Parlamentar Catarinense das Ferrovias, a falta de investimento na logística do modal ferroviário afeta a competitividade do mercado brasileiro frente aos países do Mercosul. Dresh afirmou ainda que a ampliação e a readequação da malha ferroviária será um fator relevante para os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, considerados altamente produtivos.


Já o deputado federal Pedro Uczai, presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias no Congresso Nacional, sugeriu a elaboração de um documento apontando as decisões tomadas pelos representantes das entidades que participaram do encontro. Ele destacou que a chamada Ferrovia da Integração, em análise de execução, é estratégica para o desenvolvimento de Santa Catarina. Para ele, a obra deve estar entre as prioridades da região Sul do Brasil. Durante os debates, Uczai criticou o governo federal pela falta de um órgão que coordene as iniciativas de ampliação e regulamentação do setor de transporte ferroviário.


Para o primeiro vice-presidente da FIESC, Mário Cezar Aguiar, existe um consenso sobre a necessidade e a urgência da implantação de ferrovias, a fim de aumentar a competitividade da indústria. Para ele, a expectativa é de que a pauta avance, desafiando o setor a exportar produtos com maior valor agregado, visando a ligação entre as regiões produtoras.



Dados técnicos


O Seminário contou com a participação do presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. O órgão é responsável pela elaboração de estudos de viabilidade técnico-econômica e de engenharia, necessários ao desenvolvimento de projetos de transportes. Também esteve presente o diretor da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., Josias Sampaio Júnior. A Valec Engenharia é uma empresa pública, sob a forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos Transportes. Sua principal função é a construção e exploração de infraestrutura ferroviária.



Principais projetos de ferrovias em Santa Catarina

Ferrovia da Integração, ou "Ferrovia do Frango"


Encontra-se em fase de contratação do levantamento aerofotogramétrico e a elaboração do projeto básico relativo ao trecho ferroviário Dionísio Cerqueira – Itajaí.


Extensão será de 862 quilômetros e o investimento previsto é de R$ 68,7 milhões em estudos e projetos e R$ 6,5 bilhões na execução da obra. A contratação da empresa para realização dos estudos técnicos deverá ocorrer até o dia 17 de janeiro de 2014. A conclusão dos estudos de viabilidade está prevista para 30 de novembro de 2015.


Prolongamento da Ferrovia Norte Sul


A ampliação deverá contemplar os trechos Panorama/SP – Chapecó, e Chapecó – Rio Grande/RS. Conclusão dos estudos prevista para março e maio de 2014, respectivamente.



Ferrovia Tronco Sul


O trecho ferroviário estava sob a administração da Concessionária ALL Malha Sul. Atualmente, o processo de devolução está em fase de negociação entre a ALL e o Ministério dos Transportes. A reestruturação atinge o trecho Mairinque/SP – Rio Grande/RS, e está contemplado no Programa de Investimento em Logística (PIL) do Governo Federal.



Integração Ferroviária Brasil Argentina


O Ministério das Relações Exteriores, a EPL e a Valec mantém negociações junto ao governo Argentino, visando à integração da Ferrovia Brasil – Argentina, a partir de Uruguaiana / Passo de Los Libres, até o Porto de Zárate, na região de Buenos Aires.


Será necessária a remodelação do trecho Porto Alegre – Uruguaiana, para o uso de bitola mista (1m e 1,6m).



Ferrovia Litorânea Sul


O Dnit está desenvolvendo o projeto executivo da ferrovia que compreende os trechos de Araquari – Imbituba, com previsão de término do estudo para maio de 2014. O bloco de concessão poderá ser formado, neste caso, pela ferrovia do Frango e pela Ferrovia Litorânea Sul.

 




Santa Catarina sedia o Seminário Sul Brasileiro das Ferrovias com apoio da Assembleia Legislativa

 

Parlamentares, prefeitos e empresários do Sul do país e especialistas em malhas ferroviárias participaram na tarde desta quinta-feira (7), em Florianópolis, do Seminário Sul Brasileiro das Ferrovias, promovido pela Frente Parlamentar das Ferrovias do Congresso Nacional com apoio da Assembleia Legislativa. A expansão da malha ferroviária em Santa Catarina e os recursos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal ganharam destaque entre os assuntos abordados no seminário, promovido na sede da Federação das Indústrias (Fiesc).

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Presidente de 3 das 4 frentes Parlamentares das ferrovias da Região Sul : Deputado Estadual RS - Raul Carrion PCdB, Deputado Estadual SC  Raul Dresch PT,  Deputado  Federal  SC  Pedro Uczai PT

Outro ponto debatido foi a unificação da gestão da política ferroviária nacional, ao lado dos traçados estratégicos para o desenvolvimento do Sul do país.

 O deputado Dirceu Dresch (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Ferrovias da Assembleia Legislativa SC, destacou a previsão dos recursos a serem investidos. “No PAC 2 estão previstos R$ 90 bilhões para as ferrovias e Santa Catarina vai ser contemplada”.


A expectativa dos catarinenses está voltada para a construção das ferrovias Leste-Oeste (conhecida como do Frango, que vai ligar Itajaí a Chapecó), Litorânea (interligando os portos) e a Norte-Sul, que deve cortar o país até o Oeste catarinense. Segundo Fábio Barbosa, coordenador de Serviços Logísticos da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), o Sul receberá nos próximos anos uma malha ferroviária de 3 mil quilômetros.


“Precisamos estudar as viabilidades econômicas e técnicas antes de iniciar as obras. Estamos sofrendo as consequências da falta de planejamento nos últimos anos no país”, destacou o especialista, justificando a demora no processo de construção de ferrovias no Brasil.


Estudo para Ferrovia do Frango barrado pelo TCU

Um exemplo disso, conforme destacou Dirceu Dresch, é a suspensão do Tribunal de Contas da União (TCU) do processo de licitação para o projeto de estudo de viabilidade técnica da Ferrovia do Frango. “É um projeto três em um que visa o estudo técnico, econômico e o projeto de infraestrutura que está barrado no TCU”, disse o deputado. A consequência é mais demora para os trilhos saírem do papel
.



Outro ponto que pode atrasar o processo, segundo o deputado Antonio Aguiar (PMDB), é a definição do traçado desta ferrovia. “Precisamos de uma decisão e lutar por ela”, argumentou. Um dos principais objetivos do seminário foi este: buscar consensos e união de forças entre as lideranças de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.


“Queremos aglutinar forças e mostrar para o governo federal que o Sul está unido em torno destes projetos tão importantes para o desenvolvimento econômico. As ferrovias são estratégicas, são mais seguras e baratas do que o transporte rodoviário, com menos poluição”, justificou o deputado federal Pedro Uczai (PT), que preside a Frente Parlamentar das Rodovias no Congresso Nacional.


“Não dá mais para esperar”, ponderou o parlamentar que admitiu que somente o governo pode dar o sinal verde para o início das obras. “Para isso, precisamos mostrar união”, completou Uczai.


Durante o seminário, as lideranças políticas e empresariais receberam informações do planejamento do governo federal e as previsões de investimentos para o Sul, repassadas por dirigentes da Valec Ferrovias S.A e da EPL. Também participaram do evento os deputados federais Esperidião Amin (PP), Ronaldo Benedet (PMDB), Carmem Zanotto (PPS) e Celso Maldaner (PMDB).

Rony Ramos

Agência ALESC

 

Projetos ferroviários para SC são discutidos na FIESC

 

 

Comentário dos blogs - Ferrovia Intermodal, Ferrovia Campinas BH e CFVV Lavras : é interessante observar a articulação política das forças econômicas e políticas interessadas, e envolvidas em prol da construção das ferrovias nos Estados da Região Sul do Brasil, primeiramente contam, com o apoio da poderosa Federação das Indústria de Santa Catarina,  que apoia e promove o evento, depois organizam e participam simultaneamente de 4 frentes parlamentares em prol das ferrovias na região dos estados do sul - Rio Grande, Santa Catarina e Paraná, com a atuação de deputados a níveis estaduais e federal, e como os textos explicam estão buscando consensos entre eles ...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Roadrailer, Rodotrilho e Transtrailer no Brasil


No Inicio de 1991, encontrei uma pequena matéria na Revista Ferroviária sobre um encontro da ABNT, a ideia do desenvolvimento de uma geração de Contêineres Caipira, que poderiam ser produzidos pelos fabricantes dos implementos rodoviários brasileiros associados a ANFIR - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários baseado na experiência dos contêineres domestico Norte Americano e nas caixas móveis européias Swap Bodies para utilização no sistema de transporte brasileiro principalmente no então sistema ferroviário da então Rede Ferroviária Federal, onde um dos incentivadores era o Eng Valter Valenzuela

Eng Valter Valenzuela de bengala entre amigos
Procurei o Eng. Valter Valenzuela para saber mais sobre o assunto pois estava iniciando meus estudos para apresentação de uma monografia ou TCC - “ Trabalho de Conclusão de Curso” de como seria uma proposta e modelo para modernizar o sistema ferroviário brasileiro, o mais interessante é que o primeiro encontro pessoal para conversar sobre assuntos ferroviário aconteceu com um convite de Eng. Valter Valenzuela para que fôssemos assistir o filme Cidadão Kane de Orson Welles no auditório do jornal Folha de São Paulo na Barão de Limeira, o que continuou, me surpreendeu depois, parou para conversar durante algumas horas, querendo saber quais os meus interesses e ideias sobre o assunto; e que explicasse meus pensamentos e ideias, me emprestando uma cópia da Fita em VHS do sistema Road Railer Mark IV da Wabash National operado pela Triple Crown que carregava um rodeiro ferroviário instalada entre rodas pneumáticas, que era operado por suspensão por bolsa  pneumática, o que ocasionava um peso morto durante as operações no sistema rodoviário.


Roadrailer Mark IV com rodeiro ferroviário instalado entre as rodas pneumáticas




O inicio do desenvolvimento do Roadrailer
foi nos anos de 1950 pela ferrovia Norte Americana C & O - Chesapeake and Ohio Railway  como "Railvan", foi um período de mudanças e tinham como lema  CO for Progress ,  onde o gatinho Chessie era o símbolo de uma época em que não existiam as viagens de aviões, automóveis e ônibus; e viajava-se muito de trem, principalmente a noite, nas grandes distancias usava-se os vagões dormitório na primeira classe,
a ferrovia C & O teve como símbolo de sucesso o gatinho  Chessie
com o lema "Dormir como um gatinho, Ferrovia Chesapeake e Ohio, 
Mostrando rotas através de carros dormitórios e conexões"

 Depois o logo foi modernizado para Chessie System

Truque rodo ferroviário e mecanismo desenvolvido pela Budd Company  na década de 1950
para o Railvan depois RoadRailer  da C & O Railway

Em 1962 a Ferrovia Chesapeake e Ohio mudaram o nome de Railvan para Roadrailer, alguns anos depois o sistema foi paralisado.


A retomada do RoadRailer nos EUA

foi em 1987 quando a Wabash National reiniciou o desenvolvimento nos Estados Unidos e começou a ser operado pela empresa Norte Americana de logística e transporte Triple Crown subsidiaria da Norfolk Southern Railway que possuí e utiliza  o revolucionário sistema bi modal de semi reboques rodoviário que vira vagão ferroviário, no conceito carless;
Mapa das principais cidades da Costa Leste dos EUA servido por Roadrailer
na época não existia a internet como conhecemos hoje, e o assunto era desconhecido do público especializado em transportes no Brasil e conhecido apenas de especialista que tinham viajado para feiras e congressos nos EUA e Europa; o Prof. Valter Valenzuela incentivou me a desenvolver algum trabalho e continuasse a conversar com ele.


 A Wabash desenvolveu depois o Roadrailer Mark V, que acopla sobre truques ferroviário



O empenho de Valter Valenzuela 
A partir dai nasceu uma grande amizade com o professor Valter Valenzuela, um dos mais notaveis engenheiros ferroviário no Brasil, nascido e educado no Chile, que virou brasileiro por casamento, um verdadeiro mestre no assunto, responsável por vários projetos no auge da Mafersa e diretor técnico durante anos junto a ALAF “Associação Latino Americana de Ferrocarriles”, na época estava trabalhando como consultor do Simefre – Sindicato Interestadual para as industria do Material Ferroviário e Rodoviário e também para a ABIFER “Associação Brasileira da Industria Ferroviária” . Um dos fatos mais interessante de sua personalidade era que era assíduo frequentador dos eventos culturais de música clássica e do Teatro Municipal de São Paulo e quando estudante no Chile, sua turma no término do curso em vez de fazer uma grande festa, preferiu realizar uma viagem técnica e cultural aos países europeus para conhecer a engenharia na Europa, fazendo questão de viajar e conhecer Moscou e Leningrado atual São Petersburgo  durante o período da Rússia Soviética para conhecer o que eles estavam produzindo de melhor no desenvolvimento em engenharia e tecnologia no momento em que a Rússia Soviética, estavam liderando a corrida espacial e lançaram o Sputinik e colocaram Yuri Gagarin como o primeiro homem no espaço, após poucos anos antes terem sido invadidos e ocupados e num esforço hercúleo derrotaram Hitler e o Nazismo, conjuntamente com os aliados; o desenvolvimento dessas tecnologias aeroespaciais mudaram o mundo, conjuntamente com a micro-eletrônica ; e visitaram os Museus, Theatros e centros culturais Russos. Interessante que segundo ele na viagem de navio conheceu uma jovem brasileira que viajava para conhecer parentes na Itália, vindo a se casar com ela e residir no Brasil, iniciando sua carreira como engenheiro na Mafersa em São Paulo, no período inicial quando a Mafersa fez uma parceria com a The Budd Company e importou os primeiros 10 TUE  (Trem Unidade Elétrica - um carro Motor – um carro reboque e um carro comando) e montou e absorveu tecnologia dos outros 20 TUE ou 60 carros que eram o série 100 da EFSJ Estrada de Ferro Santos Jundiaí” da RFFSA os primeiros carros construídos em aço inoxidável no Brasil no processo de solda a ponto que era patente da Budd, a Mafersa tinha a concessão; estes trens estão rodando até hoje na CPTM reformado como série 1100 com mais de 50 anos comprovando sua durabilidade e resistência a partir da qual todas as empresas de transporte ferroviário de passageiro no Brasil, passaram a licitar e comprar carros e trens de passageiro em aço inoxidável exceto uma ou outra esporádica compra em aço carbono. Esta fabrica foi montado no patio da EFSJ - RFFSA nas antigas oficinas de maquina a vapor da São Paulo Railway nas oficinas da Lapa hoje Alstom, durante a gestão do Engº Manoel Feio, no governo do Presidente Juscelino Kubitschek, além destes carros foram montados vários carros de passageiros em aço inoxidável para as ferrovias Araraquarense, Sorocabana e Mogiana. 

O Professor Valter Valenzuela foi diretor da Mafersa, atuante por anos participando de todos os projetos de vanguarda do sistema ferroviário brasileiro e da construção dos primeiros carros do Metrô de São Paulo, é interessante destacar os trabalho de engenharia da Mafersa, que quando do projeto para a construção das caixas dos carros dos Mafersa 700 da CBTU atual série 1700 da CPTM foram desenvolvido programas matemáticos computacionais para o projeto de engenharia da estrutura dos carros em elementos finitos com mais de 9.000 equações matemática, inédito no Brasil para a época, quando que no inicio de sua carreira os cálculos estruturais de engenharia eram realizados com réguas de cálculo
Régua de cálculo
Era grande estudioso do que havia de melhor sobre ferrovia no mundo viajando a serviço da Mafersa e do governo brasileiro para absorver as tecnologia ferroviária existente do mundo, lembro me que convidado por ele para um seminário ferroviário na Unicamp, a qual era um dos organizadores, ele ia no ônibus no trajeto me explicando, o mais novo projeto na época que chegou ao seu conhecimento, uma roda ferroviária para trens de alta velocidade, que estavam sendo introduzidos dispositivo para reduzir os ruídos externos para aumentar o conforto dos usuários dos sistemas de trens de alta velocidade na Europa e ficou muito feliz quando levei para ele uma matéria da revista Ciência Hoje da SBPC sobre aço inoxidável colorido  e ele vislumbrou a possibilidade de que poderia ser aplicado em carros ferroviários de passageiros; tendo participando nos momento finais das Industrias Mafersa de uma equipe de estudo sobre a possível participação da Mafersa na construção de contêineres ISO de 20 pés (6 metros) ou TEU – Twenty - foot Equivalent Unit na fábrica da Mafersa em Contagem em Minas Gerais para atender o mercado brasileiro e mundial.

Produzimos após algumas conversa um pequeno trabalho que denominamos “Introdução para Política Industrial para Implantação da Intermodalidade no Brasil” no âmbito das discussões do “Fórum Paulista de Desenvolvimento” lançado em 01 de maio de 1991 pelo Governador de São Paulo - Luiz Antônio Fleury que era coordenado pelo seu vice-governador Aloysio Nunes no PMDB, atual Senador da República por São Paulo, pelo PSDB, na crise econômica do então governo do Presidente Collor, causada pelo planos de austeridade draconiano para conter a hiperinflação que afligia a sociedade brasileira. o Governador de São Paulo Orestes Quércia, lançou o plano Diretor de Transporte de Carga na Macrometrópole de São Paulo TCM SP e o SITIC - Sistema Integrado de Terminais Intermodais de Carga do Estado de São Paulo e o ETCC - Estudo de Transporte de Carga por Contêiner no Estado de São Paulo, onde planejava a modernização dos sistema de carga no Estado de São Paulo  a partir da reestruturação das Ferrovias Paulista a  FEPASA e cita e estuda a intermodalidade com a introdução da conteinerização e a utilização dos Roadrailer .

 O prof Valter Valenzuela me convidou para ir junto a pedido da FIESP - Simefre - ABIFER  fazer uma visita a BUPEC consultoria que era a produtora do trabalho  e participavam o Eng Cyro Laurenza  e fomos recebidos pelo Arquiteto Mario Luiz Silvério que ficou uma tarde nos explicando os programas dos planos diretor da Macrometópole de São Paulo, o ETCC, e o SITIC.

Durante as pesquisas e estudos sobre intermodalidade e multimodalidade para o desenvolvimento do setor ferroviário brasileiro estive varias vezes no Rio de Janeiro, pois como a intermodalidade ferroviária se faz com contêineres ISO Internacional, e lá se encontrava os melhores estudos sobre o assunto e principalmente a sede da CBC - Câmara brasileira de contêineres, não era como hoje que conseguimos acessar estudos em qualquer parte do mundo desde que disponibilizados na internet; me sugeriram que conhecesse a biblioteca do IME - Instituto Militar de Engenharia na Praia Vermelha no Rio de Janeiro que possuía ótimos trabalhos acadêmicos, vindo a conhecer a Professora de pós Graduação, encarregada pelo desenvolvimento de altos estudos do sistema para o sistema de Transporte do Brasil, a qual estudava a possibilidade de introdução do sistema Road Railer no Brasil no sistema ferroviário brasileiro, lembrando que os militares estiveram no controle da economia de 1964 a 1985 e principalmente dos sistema ferroviário brasileiro; defendo a ideia de implantação de veículos e semi reboques rodo ferroviários na estrutura de mobilidade do sistema Defesa Nacional do Brasil, principalmente agora que em breve teremos a conclusão da ferrovia Norte Sul e o desenvolvimento de uma malha ferroviária operacional em bitola larga. Nós cidadãos civis somos co-responsáveis pela segurança do Brasil, da sociedade e de nossa famílias.

 É interessante destacar o estudo publicado na revista ferroviária do Eng René Fernandes Schoppa, sobre a possível implantação de Roadrailers entre Rios de Janeiro e São Paulo. Neste período estive visitando a IMAVI na cidade das flores em Holambra na região de Campinas fabricante de contentores rodoviário de tecnologia de origem Europeia e estudando junto ao professor Valter Valenzuela a possibilidade do uso ferroviário, a qual é conhecido como Sistema ACTS . 
 
Na campanha eleitoral de 1994, estivemos no “SETCESP - Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região” no auditório em sua sede na Via Dutra, na Vila Maria. O SETCESP promoveu um evento de transportes onde convidou três dos principais candidatos a presidente da Republica onde compareceram Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e José Dirceu; Orestes Quércia e Alberto Goldman. Quércia que anteriormente apresentara a proposta do Plano Diretor da Macrometrópole de São Paulo, do SITIC e do ETCC foi recepcionado por Adalberto Panzan que estava coordenando o evento e presidindo o recém-criado SEST SENAT .

O candidato a presidência Orestes Quércia apresentou uma das mais interessantes proposta de governo, o programa do REDE ou REgiões de DEsenvolvimento onde propunha a criação e formação a partir de 70 cidades de médio e grande porte como polo ou nós de interiorização do desenvolvimento para o Brasil e a elaboração de um plano logístico e de transporte que articulava estas cidades e regiões utilizando-se da experiência dos estudos do desenvolvimentos do sistema ferroviário e intermodal como tinha sido proposto no SITIC.


O projeto Rodotrilho Noma
  de Eduardo Gonçalves David 


No final de 1994 foi realizado no auditório da Fepasa, na Estação Júlio Prestes, em São Paulo,  um seminário a Engenharia repensando a Ferrovia, o Professor Valter Valenzuela apresentou um de nossos textos sobre intermodalidade como palestrante do Simefre - Abifer e apresentou a fita em VHS do sistema Roadrailer da Wabash National operado pela Triple Crown, nisto o Sr Marreco , então Diretor da Vale, colocou a disposição uma verba de pesquisa e desenvolvimento de projeto ao Eng. Eduardo Gonçalves David Prof. Doutor em Transporte do COPPE – UFRJ, atualmente  pesquisador no sistema Mag Lev Cobra Brasileiro e editor do livro “O Futuro das Estrada de Ferro no Brasil” em homenagem a outro livro de 1859 com mesmo nome de autoria de Christiano Benedicto Ottoni considerado o "Pai das Estradas de Ferro do Brasil"

Eng Eduardo David era diretor da RFFSA, grande estudioso do sistema intermodal como fator de modernização do sistema ferroviário brasileiro e idealizador de um sistema ferroviário Bi-modal brasileiro, onde ele propôs a instalação de uma quinta roda rodoviária sobre um truque ferroviário e a construção um semi reboque rodo ferroviário de carga brasileiro. 

Felizmente o projeto técnico e de construção teve prosseguimento; o Eng Eduardo David convidou o Professor Valter Valenzuela para participar do projeto, como engenheiro projetista ferroviário e participou outro colega engenheiro rodoviário em parceria fazer os cálculos e o projeto da parte rodoviária cabendo a fabrica de implementos rodoviário Noma do Paraná a construção dos primeiros protótipos, o que foi conseguido com grande sucesso técnico; tendo rodado na ferrovia Norte Sul no transporte de bujões de gás GLP;

Semi reboque rodo ferroviário Rodo Trilho Noma com o truque ferroviário embaixo a esquerda

e a AmstedMaxion desenvolveu a travessa especial em aço fundido para apoio da 5ª roda, com freio montado nos truques .

Truque ferroviário ou bogie com a 5ª roda montado em cima


O Prof. Dr. Eng. Eduardo David montou uma empresa a SIRFE - Sistema Rodo Ferroviário e fez uma parceria comercial com a MRS, após a privatização da RFFSA e realizaram estudos, pesquisa, protótipos e avaliações de operacionalidade de equipamentos intermodais como demonstra o livro MRS Logística S.A. : A ferrovia de Minas, Rio e São Paulo - uma nova ordem no conceito de transporte.

Foto do livro : MRS Logística S.A. : A ferrovia de Minas, Rio e São Paulo -  uma nova ordem no conceito de transporte - Pag 30 . Editores : José Emilio de Castro Buzelin, Eduardo José  de Jesus Coelho e João Bosco Setti -  Memória do Trem - Brasil - 2002

 Observe com atenção as imagens abaixo; para ativar o transporte de piggy back, que é o transporte de semi reboque sobre vagões prancha, a MRS verificou as limitações de altura dos túneis na linha do Rio de Janeiro para São Paulo, na imagem o vagão com gabarito no pátio de cruzeiro ao lado de uma locomotiva ao vapor; estes túneis na Serra das Araras foram construídos no século XIX, com pás e picareta, o que inviabiliza transporte de vagões com piggy back com maior altura, que carregam carga de maior valor agregado garantindo uma maior taxa de lucratividade; terão que reconstruir este túneis se quiserem realizar um transporte ferroviário de carga com veiculo rodo ferroviário tipo RoadRailer furgão, Piggyback e vagões porta contêineres duplo empilhamento tipo Double Stack.

Foto do livro : MRS Logística S.A. : A ferrovia de Minas, Rio e São Paulo -  uma nova ordem no conceito de transporte - Pag 29 . Editores : José Emilio de Castro Buzelin, Eduardo José  de Jesus Coelho e João Bosco Setti -  Memória do Trem - Brasil - 2002


Onde se lê, a esquerda acima (2,7m), ao lado  de 17 ' (Pés) leia  ( 5,2 m) metros .  TOFC  - Trailer On Flat Car ( semi-reboque sobre vagão prancha ) ; COFC - Container On Flat Car ( contêiner sobre vagão prancha ) .  As ferrovias Norte Americanas preferem carregar contêineres em duplo empilhamento pelo menor espaço em altura e comprimento que ocupam, do que carregar 2 semi reboque sobre os vagões pranchas, apesar de ainda ofertar o antigo serviço de piggy back



 ALL Logística implanta o RoadRailer no Brasil


Neste período histórico das ferrovias no Brasil começaram os processos de desestatização e privatizações da RFFSA e FEPASA; uma série de fatores inviabilizou o sucesso comercial da iniciativa, mas mesmo assim a então Ferrovia Sul Atlântico depois renomeada em 1999 para a atual ALL América Latina Logística, fez uma parceria com a Wabash e trouxe e implantou diversos semi reboques Road Railer Norte Americano para testes e uso em bitola estreita ou métrica e estão até hoje servindo apenas como veiculo ou vagão ferroviário, não tendo conseguido viabilizar-se  comercialmente como veiculo intermodal ou bi-modal rodoviário - ferroviário. 

Propaganda da implantação do Roadrailer Mercosul na ALL - América Latina Logística 

Ainda em 2000, a empresa adquire 160 carretas especiais denominadas Roadrailers, aliando pelo sistema de bimodalidade a flexibilidade do transporte rodoviário com a regularidade e segurança do ferroviário. Devido a um sistema especial de amortecimento, estas carretas se acoplam ao caminhão e à locomotiva sem provocar danos à integridade das cargas. 

Em 2001, seguindo o seu objetivo de prestar serviços logísticos completos, a ALL acaba de integrar as operações da Delara Brasil. O atendimento personalizado e a flexibilidade da Delara aliados à eficiência operacional com a melhor relação custo x benefício da ALL são os principais diferenciais da nova empresa. Mais do que dispor do transporte ferroviário e rodoviário, os clientes poderão contar com a maior e mais completa prestadora de soluções logísticas da América Latina. ( fonte ANTF ) 

Ritmo Logística

A Ritmo é uma empresa de logística rodoviária criada pela fusão da unidade de Serviços Rodoviários da ALL e das operações rodoviárias da Ouro Verde. A companhia presta uma variedade de soluções logísticas para vários segmentos industriais no Brasil e na Argentina por meio de sua unidade de Serviços Rodoviários Dedicados.  ( fonte site da ALL )

Road railer da ALL América Latina Logística pintado na cor vermelha

Caminhão - vagão - A ALL - América Latina Logística tem planos de crescer graças a uma nova tecnologia intermodal (que utiliza um ou mais modais de transporte) trazida ao país em abril. São os road railers, carretas rodoviárias que, ao serem acopladas a um suporte ferroviário, podem andar sobre trilhos e formar trens de até 125 unidades. Indicado para o transporte de cargas industrializadas e alimentícios, o caminhão - vagão da ALL começou em abril a percorrer três eixos: São Paulo - Porto Alegre; São Paulo - Buenos Aires; e Porto Alegre - Buenos Aires. Foram adquiridos 160 road railers, ao custo de R$ 20 milhões. O caminhão - vagão será fabricado no Brasil pela RoadRailer Mercosul, joint-venture formada pela norte-americana Wabash e pela Bernard Krone do Brasil especialmente para o fornecimento de equipamentos para o Mercosul. Inicialmente, as carretas serão importadas da Alemanha, mas o plano da RoadRailer é investir R$ 2 milhões para iniciar a produção dos equipamentos na fábrica da Bernard Krone de Curitiba, a partir do segundo semestre. A capacidade é de produzir 50 road railers por mês. 

 Em 1999, o faturamento da ALL foi de R$ 272 milhoes. Este ano, a empresa estima chegar a R$ 340 milhoes. "A ferrovia, com o apoio da intermodalidade, é atualmente a melhor opçao para o transporte de cargas em longas distâncias", acredita Rosas. Segundo ele, a ferrovia oferece segurança e não é afetada pelo desgaste das rodovias brasileiras e os aumentos de pedágio.  ( fonte Diário do Grande ABC 08 de maio de 2008)



Detalhe dos semi reboque rodoviário engatado sobre truque ferroviário 





A Randon ingressa no mercado com o Transtrailer

A MRS inciou uma parceria com a Randon que junto coma a TAFESA da Espanha trouxeram e testaram os semi reboque Bi-modal Transtrailer, inclusive testando no sistema cremalheira das locomotivas Hitachi da serra do mar em Paranapiacaba embaixo de rede aérea no trecho São Paulo - porto de Santos.


Imagens do livro : MRS Logística S.A. : A ferrovia de Minas, Rio e São Paulo -  uma nova ordem no conceito de transporte - Pag 29  . Editores : José Emilio de Castro Buzelin, Eduardo José  de Jesus Coelho e João Bosco Setti -  Memória do Trem - Brasil - 2002 
O ingresso efetivo da Randon no segmento ferroviário representou a continuidade de um projeto mais antigo, iniciado quando a empresa de Caxias do Sul anteviu a possibilidade de oferecer ao mercado um sistema bimodal abrangendo rodovia e ferrovia. Trata-se do Transtrailler, que a Randon desenvolveu e produziu em 1998, em parceria com a Tafesa, fabricante espanhola de vagões ferroviários. O lote experimental roda até hoje no Brasil através de várias concessionárias ferroviárias, transportando as mais diversas cargas, à espera de uma resposta mais forte do mercado, que começa a sinalizar para a utilização mais intensiva das vias ferroviárias, sem, contudo, abandonar as rodovias, base do transporte nacional. (fonte Randon)

Trem com formação com veículos rodo ferroviário rodando nos trilhos


Carreta se preparando para acoplar ao truque que acopla em locomotiva no pátio ferroviário



Semi reboque acoplado ao truque de engate na locomotiva

Truque de engate na cauda de um semi reboque engatado
 a outro semi reboque formando trem rodo ferroviário


Truque ferroviário de engate entre semi reboques e o detalhe da barra de engate
 na cabeceira do semi reboque para acoplar a traseira do outro semi reboque

Os fatores para viabilizar a implantação 
 com sucesso comercial

Dentre as série de fatores que inviabilizaram o desenvolvimento do sistema de semi reboque bi modal rodo ferroviário no Brasil tipo Road Railer - Rodotrilho - Transtrailer, naquele momento, podemos destacar o momento histórico onde as ferrovia recém privatizadas estavam enxugando as estrutura absorvida, redefinindo e reestruturando o sistema ferroviário de carga; o momento econômico do Brasil que passava por uma recessão com pequenos períodos de crescimento econômico não sustentável e a grande participação do sistema rodoviário de carga onde as empresas rodoviárias tem a maioria das carteiras de comércio de frete de carga geral no Brasil, além que praticamente toda a movimentação de carga geral do Brasil se concentra no eixo da região sudeste e algumas aglomerações urbanas e Regiões Metropolitanas do centro Sul do Brasil, plenamente atendidas dentro da faixa econômica das curvas de custosdos sistema rodoviário de carga, que trabalha com grande elasticidade na curva de custo e preço do frete, ofertando um preço abaixo da remuneração do capital e aumentando o frete e aumentando os preços em momento de aquecimento da economia, impactando nos custo logístico e no custo Brasil, mas atendendo a necessidade de consumo e capacidade industrial instalada para aqueles momento econômico, apesar de ser um componente inflacionário nos preços.

É curioso que como o Brasil tem varias regiões metropolitanas distribuídas próximos ao litoral brasileiro, próximo ou junto aos portos marítimos, sendo mais barato estas regiões consumidoras importar do resto do mundo, Ásia, Europa e Estados Unidos do que movimentar e trazer mercadorias das indústrias dentro do Brasil . 

A utilização de  veículos rodoferroviários tipo Roadrailer - Rodotrilho e Transtrailler com sucesso comercial,  só será possivel em trechos ferroviário de longa distância, quando as empresas rodoviária no mercado de carga visualizarem e conseguirem realizarem lucros com a operação porta a porta, utilizando-se da intermodalidade com o sistema ferroviário; o grande teste será a conclusão da Ferrovia Norte Sul, para isto ocorra, os trechos terão que ter pontes túneis e rede aérea quando houver com altura de gabarito que permita a passagem de semi reboque rodoferroviário tipo furgão, que as empresas rodoviárias de carga usam para carregar cargas com maior valor agregado. 

Com o término próximo da linha da Ferrovia Norte Sul, será possivel levar um trem cargueiro expresso com semi reboques rodo ferroviário tipo Roadrailer, Rodotrilho e Transtrailer de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e São Paulo, para Campinas, Mato Grosso, Goiás, Brasília, Tocantins e o Pará trafegando em bitola larga de 1, 6 metros. 

Uma das grande vantagens comparativa do sistema rodoferroviários tipo Rodorailer, Rodotrilho e Transtrailler no Brasil, é que ele exige pequeno investimento de capitais em pátios intermodais rodo ferroviário, em comparação com os sistema de contêineres e contêineres de duplo empilhamento tipo Double Stack, podendo ser uma fase intermediaria até que se atinja capacidade de escala para implantar o sistema double stack de maior capacidade e maior custo de implantação em equipamento intermodal especializado.

 Não se espere redução de fretes no primeiro momento, pois as empresas transportadoras de cargas estarão investindo numa tecnologia nova para elas; e estarão disputando o mercado com a concorrência de um setor que costuma abaixar os preços dos fretes para fazer frente as dificuldades do mercado, só será possível perceber as vantagens comparativas no momento de aquecimento da economia, pois será possivel manter os valores dos fretes, com o aumento da capacidade da nova infra estrutura instalada.

Esta nova Infra estrutura poderá e deverá  ser desenvolvida, com a participação do mais de 800 mil a um milhão de trabalhadores  e  50.000 pequenas empresas de transporte de carga rodoviária, a maioria  autônomos e pequenas empresas familiares, como demonstra os estudos, "O Transporte Rodoviário de Carga e o Papel do BNDES", dos autores Simone Saísse Lopes, Marcelo Porteiro Cardoso e Maurício Serrão Piccinini, na Revista do BNDES , numero 29 , paginas 35 a 60,  em junho de 2008; e com a participação presente da CNT - Confederação Nacional dos Transportes e seus sindicatos associados, já que os mesmos são as principais parte integrante interessadas, no desenvolvimento do processo da implantação da intermodalidade e multimodalidade, envolvendo um importante segmento para o desenvolvimento da logística e do sistema de transporte rodoferroviário brasileiro e sulamericano. 

A implantação de uma tecnologia de integração intermodal rodoferroviária tipo  Roadrailer, Rodotrilho e Transtrailler deve ser feita passo a passo com a articulação política entre os diversos segmento da cadeia do sistema de logistica e transportes, a fim de minimizar conflitos econômicos e sociais que possam vir a surgir e a fim de conseguir maior interação e otimizar e maximizar eficiências e desenvolver um espírito de perfeita harmonia evitando concorrência predadoria entre os segmentos do transporte e logística, evitando perdas de capital por concorrência desnecessária e devem ser previstos fatores de mitigação para conflitos trabalhista que virão, pois a tendência é a concentração do capitais das empresas pequenas que terão que investir para fazer frente a entrada de medias e grandes empresas no setor. Se formos pensar em uma estratégia de investimento, perceberemos  que será necessário um módulo econômico de transporte mínimo, que exigirá dois (2) motorista autônomo e três (3) semi reboque, onde um semi reboque pra cada ponta e um em transito na  ferrovia.

 Certamente o governo federal junto a CNT, deverá criar e adotar políticas públicas, a fim de organizar e ordenar o desenvolvimento deste novo mercado intermodal rodo ferroviário que surgirá, pois envolve os interesses econômicos de uns poucos grupos econômicos principalmente o setor ferroviário que trabalha em regime de monopólio, e as empresas que operaram os trens expressos de veículos rodoferroviário, com a introdução da interoperabilidade nas linhas ferroviárias em regime de oligopólio; e o setor rodoviário de carga que compete entre si em regime de livre concorrência chegando a serem predatórios entre si.

 Este é o grande desafio como desenvolver e implantar economicamente de forma eficaz a intermodalidade rodo ferroviária, de forma a atender os interesses de todos, com a finalidade de reduzir os custos logístico e o custo Brasil.



Equipamento disponíveis no Brasil

O sistemas de transportes semi reboque bi modal rodoferroviário, conta  hoje com três (3) tipos disponíveis e fabricados no Brasil por empresas industriais de equipamentos ferroviários e de implementos rodoviários, o sistema brasileiro Rodo trilho da Noma - SIRFE , o Road Railer Norte Americano da WABASH, e o Transtrailler parceria da Tafesa Espanhola com a Randon. 

Certamente haverá um competição entre os sistemas, e as empresas de transporte de carga escolheram o sistema que melhor lhe atenderem conforme as qualidades técnicas, a assistência pós venda na manutenção, e as condições de financiamentos e o melhor preço de revenda no mercado de veículos usados que surgirá. 

Caberá ao governo federal brasileiro através do Ministério do Transporte, empresas de organização das ferrovia e logística, a viabilização de carteiras de financiamento para os projetos pelo BNDES, criando condições para o sucesso dos empreendimentos e da modernização da infraestrutura do Brasil.


Uma justa homenagem ao Professor e amigo " Valter Valenzuela " .


Carlos Eduardo do Nascimento



Vídeos:  Road railer Wabash da Triple Crown
subsidiária da Norfolk Southern  nos EUA