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Objetivo é destravar emissão desses títulos; Rio Bravo e Invepar preparam-se para estrear no mercado.
Após passar por aprimoramentos,as emissões
de debêntures de infraestrutura podem finalmente sair do papel. A
primeira emissão, que seria feita em maio pela Rodovias Tietê foi
cancelada por falta de demanda.
Essa é a visão de Otávio Lobão Vianna, chefe de departamento de
mercado de capitais do BNDES. A emissão da primeira agora pode
ser anunciada ainda este ano. “Há muita gente interessada se
movimentando no mercado.”
O BNDES aprovou, há duas semanas, a possibilidade de compartilhar
garantias de financiamentos e inadimplemento cruzado (cross default)
com debenturistas, com foco em financiamentos de médio e longo prazo,
característico do setor de infraestrutura. Os critérios devem seguir os
e debêntures simples que estejam enquadradas na lei 12.431, que criou
incentivos para investidores que queiram financiar projetos de
infraestrutura.
A medida provisória 163, que tramita o Senado e visa aprimorar a lei
12.431, deve ser sancionada em breve pela presidente da República
e também deve facilitar os negócios, segundo Esteves Pedro Colnago
Jr, diretor de mercado de capitais e setor financeiro do Ministério da
Fazenda.
Os principais pontos em discussão são a emissão por holding, a
liquidação de compromissos assumidos até 24 meses antes a emissão e a
possibilidade de usar recursos captados para financiar o pagamento
de outorga, área que não é financiada pelo BNDES. A MP também aponta que
o destino dos recursos eve ser para expansão e modernizaçao dos
ativos.
A Rio Bravo Investimentos tem um Fundo de Participações com foco em
projetos de energia renovável e deseja realizar emissões em té 18
meses, conta Pedro Moraes, executivo de fundos da gestora
independente. ”Tomar um empréstimo ponte para financiar a dívida é muito
interessante para o investidor, assim como usar recursos para
pagamento de outorga”.
Os projetos no fundo de energia da gestora somam R$ 1,9 bilhão. Para o
executivo, o novo instrumento deve atrair fundos de pensão e pessoas
físicas. ”O setor de energia eólica tem um marco regulatório mais
maduro, o que dá tranquilidade para o investidor”.
A Invepar também está analisando algumas oportunidades de operação em
debêntures de infraestrutura e, “se tudo der certo, nos próximos meses
poderemos ter alguma novidade”, disse Gustavo Rocha, presidente da
companhia, sem detalhar a operação.
Para Alessandro Levy, diretor da OHL, as debêntures são um
instrumento interessante. “Há cada vez mais interesse no alongamento dos
prazos, que hoje já atingem 10 anos. Os projetos são previsíveis e
suportam a inflação”
Rui Gomes, head de project finance do Bradesco BBI, diz que as
debêntures devem ser incentivadas, mas existem pontos de atenção para
investidor. Enquanto o BNDES costuma fracionar desembolsos
para financiamentos por trimestre, conforme os objetivos do projeto são
atingidos, com relação a debêntures isso pode travar ou aumentar taxas.
Ele propõe que a debênture seja emitida em uma fase mais avançada do
projeto. A customização do papel também pode provocar uma diminuição da
liquidez e dificuldade de precificação, diz.
Colaborou Vanessa Correia
Marilia Almeida malmeida@brasileconomico.com.br
Origem: Brasil Econômico
Procedência: Brasil Econômico