Capital é tida como entroncamento de rotas de transporte de todo o País; Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas abrigam grande parte dos condomínios
Por: Alex Ricciardi
São Paulo
A recente abertura, pela Retha Imóveis & Serviços, de um novo
condomínio industrial e logístico em Itapevi (SP) é mais um elemento que
consolida o entorno da capital paulista como o grande polo da logística
nacional. O empreendimento, batizado de Logical Center Itapevi, ocupa
uma área total de 22.724 metros quadrados (11.982,59 m² dos quais de
área construída
e o restante de espaço livre). Do valor gasto no negócio, 60% foi
desembolsado pelo investidor — a Tamboré S.A — e os 40% restantes pela
Retha.
O condomínio tem sete módulos com áreas que variam de 1.502 a 1.886 m² e
22 docas com pé direito de 12 metros próprias para receber qualquer
tipo de carreta. As obras no local (distante 32 km da cidade de São
Paulo) começaram em 2010. “Ao contrário dos outros 17 empreendimentos
administrados pela companhia, este será ‘monousuário’. Abrimos uma
exceção para o cliente, que assinou um contrato de 10 anos renovável por
outros 10”, como relata o diretor da Retha, Marino Mário da Silva. O
aporte dos investidores
foi de R$ 20 milhões. A Veyance Technologies, fabricante de produtos da
marca Goodyear Engineered Products, foi a locadora do condomínio.
Pesquisa
Este mercado, o de galpões para atividades logísticas, parece não estar
muito interessado na crise econômica mundial. A ocupação dos
condomínios brasileiros do tipo deve duplicar neste ano. Apenas nos
primeiros três meses de 2012 foram absorvidos 70% dos 251.450 mil m²
deste gênero de construção
que foram entregues. Os dados são de uma pesquisa da consultoria
Colliers International Brasil. A previsão para o próximo trimestre é de
que sejam entregues 619 mil m², dos quais 19% já estão pré-locados.
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os estados responsáveis
pela absorção de 89% do total nacional deste tipo de edificação somente
no primeiro trimestre do ano. No que tange aos três meses anteriores, o
aumento foi de 2,4% — sendo R$ 19,30 m²/mês o preço médio no País para
este tipo de construção.
O mais acentuado incremento da ocupação média de galpões logísticos se deu na Região Norte: 4,9%. Rio
de Janeiro e São Paulo acusaram os mais elevados valores pedidos de
locação, com destaque para as cidades de Pavuna (RJ) — R$ 29,00 o m² — e
Barueri (SP) — R$ 26,10 por m².
Oportunidade
A Retha é uma das companhias que optou pelo entorno da cidade de São
Paulo para erguer um condomínio dedicado à logística. Outra é a
incorporadora MBigucci, empresa tradicional da região do ABC Paulista.
Com aporte de R$ 63 milhões, a companhia abrirá em breve o MBigucci
Business Park, em Diadema. O empreendimento terá área total de
36.929,30m², portaria blindada e acesso independente para carretas, além
de estacionamento interno e externo para carros, caminhões, carretas e
ônibus, restaurante e área de convivência para funcionários. Serão
disponibilizados galpões moduláveis para locação com metragens que
variam de 885m² a 25.000m², para companhias de diferentes tamanhos.
Para o médio empresário, investir nisto pode ser uma iniciativa
rentável. Trata-se de uma demanda que tende a crescer conforme o parque
industrial brasileiro espalha-se País afora; para fazer chegar os bens
que fabricam a consumidores localizados nos centros urbanos, as
companhias precisarão deste tipo de galpão, onde poderão finalizar a
montagem de seus produtos e organizar a distribuição. O pequeno
investidor tem a alternativa de entrar no setor via fundos de
investimento voltados a este tipo de negócio. Pode-se adquirir cotas dos
mesmos e depois usufruir dos ganhos de capital gerados pelos complexos
logísticos.
Procuram-se terrenos
Como todo negócio, este não é isento de riscos ou desafios. “Um de
nossos principais problemas é achar bons terrenos para a construção dos
condomínios”, explica Mário da Silva. “A aprovação dos projetos, o alto
custo e a baixa qualidade da mão de obra também são dificuldades, além
do excesso de impostos que incidem sobre o setor.”
O executivo faz questão de ressaltar que este tipo de instalação hoje é
concebida para que cause um mínimo de impacto ambiental. “Nosso
empreendimento conta com projeto de iluminação que possibilita que as
lâmpadas do mesmo durem de 20 a 30 anos. Não usamos asfalto ou concreto e
sim piso intertravado em todo o pátio e ruas de circulação, o que
facilita a drenagem da água da chuva, entre outras preocupações.” Ele
finaliza com otimismo a análise de sua área: “Ainda há muito espaço para
este produto no País. Não concordo que a crise mundial vá ter algum
impacto ou possa prejudicar o crescimento da atividade no Brasil. O
setor deve se expandir, já que há demanda no segmento, mas ainda faltam
muitos galpões industriais e logísticos de primeira linha.”
Jornal DCI e Panorama Brasil 04 julho 2012 00h00
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