domingo, 27 de maio de 2012

regiões metropolitanas pedem mais mobilidade de cargas e pessoas




Abastecimento:

Regiões metropolitanas pedem mais mobilidade de cargas e pessoas


Centros de distribuição mais afastados e melhor fluxo urbano de transporte logístico são as necessidades mais urgentes, pontuam especialistas


São Paulo, a cidade que não pode parar, é uma máxima errada quando o assunto passa pela conjuntura da logística de abastecimento da capital. As dificuldades do segmento foram listadas no painel “Regiões metropolitanas: a ineficácia do abastecimento”, um dos paineis do 7º Encontro de Logística e Transportes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).



Luiz Augusto de Camargo Ópice, diretor-adjunto do Deinfra/Fiesp

Na análise de Luiz Augusto de Camargo Ópice, diretor-adjunto do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Fiesp, é necessário que os grandes centros de distribuição e armazéns que estão entravados dentro das grandes cidades sejam afastados das regiões metropolitanas. “Para isso", alertou, "é preciso implementar ações concatenadas entre os governos municipal, estadual e federal".

Ópice citou a Receita Federal como exemplo de instituição que poderia determinar regras de funcionamento de um porto seco. “Mas o órgão não pensa na questão da mobilidade e da racionalização dos modais; não há preocupação de como as cargas vão entrar e sair”, ressalvou.

Metrópole estendida


Renato Viegas, presidente da Emplasa

Renato Viegas, presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), apresentou o Plano de Ação para a Macrometrópole (PAM), ainda em desenvolvimento. Bastante complexo por envolver todos os atores da cadeia produtiva, o plano busca configurar todos os elementos importantes para a logística e transporte.

“Neste plano [PAM], temos que confrontar as vantagens locacionais com as dificuldades que têm se apresentado, de fornecer uma rede de serviço e de infraestrutura que responda às necessidades desta região”, explicou Viegas. Ele adiantou que os objetivos do plano, de longo prazo, visam à identificação de fatores críticos, potencialidades e sinergias para alcançar o cenário desejado.

Além destas finalidades, Renato Viegas afirmou que o Plano de Ação para a Macrometrópole busca orientar as ações do setor público para o equacionamento de problemas de interesse comum. “Estamos na fase de estabelecimento de cenários, que envolveu 41 técnicos de todas as secretarias do Estado. Este trabalho deve ser concluído no final deste mês e será levado à Câmara de Desenvolvimento Metropolitano”, detalhou.

Mobilidade urbana ajuda


Douglas Tacla, vice-presidente
de operações e transportes da DHL

A logística movimenta cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da maioria dos países, incluindo Estados Unidos e Brasil. Este dado, segundo Douglas Tacla, vice-presidente de operações e transportes da empresa multinacional de logística DHL representa, só em transporte de cargas no Brasil, a quantia de US$ 225 bilhões (5,8% do PIB).

“Estima-se que quase 10% deste montante (US$ 19 bilhões) é gasto anualmente em virtude de congestionamentos em regiões metropolitanas”, revelou Tacla, explicando que o valor é composto também pela falta de estacionamentos e estruturas logísticas no ato do recebimento das cargas pelo varejo.

Como solução, ele aponta a adoção de transporte ferroviário eficiente que englobe toda a região metropolitana de São Paulo, bem como investimentos em mais vias urbanas alternativas (a exemplo do Rodoanel) e mobilidade urbana entre as cidades-dormitório e os polos geradores de emprego.

Edgar Marcel, Agência Indusnet Fiesp

São Paulo 22 de maio 2012

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