quarta-feira, 28 de março de 2012

SEP estuda logística dos contêineres no cais santista

Secretaria Especial de Portos

estuda logística dos contêineres no cais santista


O Governo Federal quer alternativas logísticas para o transporte de contêineres que têm o Porto de Santos como origem ou destino. Estima-se que, em 15 anos, o volume movimentado chegará a 9 milhões de TEUs ­ o triplo do atual.

A saída para não travar os acessos rodoviários deve ser a exploração de ferrovias e rios da Baixada Santista. Atualmente, a quase totalidade dos contêineres que chegam aos terminais da região é transportada por caminhões. Os veículos se valem das rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) para entrar e sair do Porto.

Com o triplo de cargas, em uma década e meia, este modelo pode não suportar a pressão. Por este motivo, a Secretaria de Portos (SEP) criou um grupo de trabalho para estudar o chamado Corredor Logístico do Porto de Santos. O edital criando o grupo foi publicado no último dia 14, no Diário Oficial da União.

Na prática, técnicos da pasta federal e da Codesp vão buscar soluções para evitar a saturação dos acessos ao complexo. Os técnicos vão avaliar a possibilidade de transportar cargas (especialmente contêineres) pelos rios, por meio de barcaças; instalar uma zona de apoio logístico (ZAL) na Baixada Santista, apoiada no uso dos rios, para desafogar os terminais marítimos; e estimular o uso da ferrovia para o transporte dos cofres (Conteiner) , em substituição aos caminhões.

"Estes problemas (de saturação) vão bater no Porto em breve. Só com a instalação da BTP (Brasil Terminal Portuário, na Alemoa) e da Embraport (na Área Continental de Santos), o Porto dobrará, em três anos, sua capacidade para receber contêineres", explicou o assessor internacional da SEP, José Newton Gama.

"Como vai ser o transporte de contêineres daqui a 15 anos, quando atingirmos 9 milhões de TEUs? Vamos continuar transportando 97% por caminhões? Se for, ou as cargas vão procurar outro ponto ou o Porto vai parar", completou. Gama citou o estudo realizado pela consultoria Louis Berger, apresentado em 2009, que apontou, para o ano de 2024, a movimentação de 240 milhões de toneladas de mercadorias. "Naquela época (2009), o Porto operava 80 milhões de toneladas. Hoje faz 100 milhões. É mais do que previa o cenário mais otimista".

Com base nos dados dos últimos dois anos, o assessor da SEP acredita que, em 2026, o Porto movimentará 300 milhões de toneladas, e por isso o complexo marítimo precisa se preparar. Uma parte importante deste total será de cargas granelizadas, um tipo de mercadoria que já utiliza a ferrovia em grande escala. "Mais de 40% da produção vem por via férrea. Os granéis não dão um impacto tão grande na logística do Porto como está dando o contêiner".

Outro fator lembrado pelo executivo é a existência de pátios reguladores específicos para os caminhões que transportam granéis, o que tira o peso do segmento sobre o Porto, ao contrário dos contenedores. "Não há nenhum para os contêineres".

TÚNEIS   -   Serra do Mar














Apontados como grandes entraves ao transporte de contêineres por ferrovia, os túneis da Serra do Mar serão modificados pelas concessionárias MRS e ALL, segundo Gama. Para ter maior produtividade, o transporte de contêineres precisa utilizar a tecnologia double-deck.       

Este sistema permite transportar até dois cofres (conteiner) de carga empilhados , de forma a dobrar a capacidade de cada composição. O problema é que os túneis que ligam o Planalto à Baixada têm altura limitada, possibilitando apenas a passagem de composições comuns. Segundo Gama, formas para equacionar esta dificuldade estão sendo avaliadas pelas empresas. 
 

Publicada em:: 22/11/2011  - Jornal : A Tribuna



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