segunda-feira, 2 de julho de 2012

Presidente do Tecondi pede investimentos para melhorar acesso ao Porto de Santos

Sérgio Aquino, Luís Opice e Bechara Abdala Neves 
debateram os acessos ao Porto de Santos

“Liguem na Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) e peçam que coloquem em prática os projetos que o governador apresenta quando vem à Santos”. A declaração é do novo presidente do Terminal de Contêineres da Margem Direita (Tecondi), Luís Augusto de Camargo Opice, e foi dita ao defender, na tarde de ontem, a necessidade de investimentos do governo estadual nos acessos ao Porto de Santos.

Esses investimentos foram pedidos pelo executivo durante sua participação no 7º Fórum Brasil Comexlog, realizado no Clube de Regatas Vasco da Gama, na Ponta da Praia, em Santos.

Opice, que era vice-presidente do Tecondi, assumiu a presidência da empresa na última sexta-feira. Esta foi a primeira mudança no terminal após a compra de 100% das ações pelo grupo EcoRodovias.

A grande queixa do executivo gira em torno da demora na implantação de projetos e medidas pela agência reguladora. O acesso ao cais santista é visto com grande preocupação pelo presidente do Tecondi.

Além do executivo, discutiram o tema o ex-secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, Sérgio Aquino, e o presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos, Bechara Abdala Pestana Neves.

A necessidade do desenvolvimento e da implantação de projetos que priorizem os acessos ao Porto de Santos também foi debatida pelo presidente em exercício da Codesp, Renato Ferreira Barco, pelo gerente de Relações Institucionais da MRS Logística, José Roberto Lourenço, e pelo diretor-superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga.

A concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) destacou a construção de um anel viário capaz de ampliar a capacidade da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-55). As obras, que devem começar em outubro próximo, terão 24 meses de duração e custarão R$ 328 milhões.

Mesmo com investimentos da iniciativa privada no modal rodoviário, a necessidade de revisão da matriz de transporte ainda é um tema de constantes discussões entre os envolvidos na operação portuária.

Ferrovias

Barco destacou a importância de se aumentar a movimentação de produtos através do transporte ferroviário para que o Porto consiga suprir a demanda de cargas, que deve chegar a 230 milhões de toneladas ao ano em 2024, segundo projeções. No ano passado, 58,9% das cargas que chegaram ao complexo foram trazidas através do modal rodoviário, enquanto apenas 21,5% tiveram as ferrovias como modal utilizado. Outros 8,7% foram transportas por dutos.

“Esta questão (do modal ferroviário) é fundamental para nós fecharmos a nossa equação no Porto de Santos. A acessibilidade que temos hoje é incompatível com a capacidade de movimentação de cargas dentro do porto organizado”, explicou o presidente.Segundo Renato Barco, as intervenções necessárias devem ser feitas com investimentos compartilhados entre os governos municipais, estadual e federal. Uma saída apontada pelo presidente da Codesp é utilizar estratégias semelhantes às adotadas em portos europeus e americanos.

É preciso melhorar e facilitar o transporte de contêineres em double-stack (dois contêineres empilhados), que traz um ganho enorme em termos de movimentação de carga. Isso vai requerer, provavelmente, um piso com outra dimensão, ajustes nos túneis e alargamentos. Estas são medidas importantes que não nascem da noite para o dia”, destacou o presidente em exercício da Codesp.


Fonte :  A Tribuna    de Santos - 28 de junho 2012

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