Self Storage - Armazenagem de bens avançará
SÃO PAULO - Uma área ainda pouco conhecida no Brasil, mas que só ao longo deste ano deve crescer 20% em faturamento
e atingir a receita somada de R$ 100 milhões. Trata-se do self storage,
justamente um tipo de atividade que consiste na locação de espaços para
o armazenamento de objetos, móveis e documentos por períodos variáveis.
Alvo da cobiça de empresários estrangeiros, como o americano Sam Zell
(ver box), o self storage (também conhecido como guarda volumes)
brasileiro tem na Minidocks uma de suas principais empresas locais.
A companhia (que conta com 300 boxes cujas capacidades variam de 6 m³ a
72 m³ em um espaço de 5.000² na zona sul da capital paulista) bateu o
martelo: abrirá uma segunda área de armazenagem no ano que vem. "Nossos
boxes estão com taxa de ocupação superior a 95%. Neste ano, faturaremos
R$ 2,2 milhões,
uma expansão de 10% sobre 2011", comemora Luiz Octávio Corrêa, diretor
da empresa. No ano passado o faturamento da Minidocks foi de R$ 2
milhões, o que representou uma expansão de 15% em cima do resultado de
2010. Recentemente a companhia investiu R$ 400 mil na aquisição de 25
boxes portáteis.
O self storage já tem um porte expressivo no Brasil. Estima-se que o
País conte hoje com 350 mil m³ de capacidade de armazenagem fornecidos
pela atividade, divididos entre pouco mais de 50 unidades (31 delas
apenas na cidade de São Paulo). Além da capital paulista, há empresas de guarda volumes operando no Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza.
"Nos Estados Unidos, onde atuam cerca de 50 mil companhias de self
storage, estudos indicam que uma cidade com mais de 300 mil habitantes
já apresenta demanda suficiente para comportar uma unidade de
armazenamento", conta Corrêa. "No Brasil, passa a valer a pena abrir um
negócio do tipo quando a cidade tem mais de 500 mil habitantes". Nos
EUA, por sinal, tal atividade mais do que dobrou sua participação na economia local desde 1995.
Sem IPTU...
Convém não confundir a self-storage moderna com os antigos galpões que
ainda hoje servem como guarda-móveis. "São locais muito diferentes do
serviço que oferecemos", frisa Corrêa. "Neles, as pessoas simplesmente
deixam objetos e não têm mais acesso a eles até decidirem pegá-los de
volta. E, para ganhar espaço, os guarda-móveis acabam amontoando e,
quase sempre, misturando os pertences dos clientes".
Companhias como a Minidocks oferecem outro tipo de serviço. Elas dão a
seus fregueses total liberdade para guardar, arrumar e acessar os
objetos quando quiserem, funcionando assim como um complemento da casa
ou da empresa. Para estas últimas, em especial, a relação
custo-benefício do self storage frente ao aluguel de galpões é muito
boa. Não há prazo mínimo de permanência, cobrança de multa por rescisão
de contrato, gastos com o Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU),
condomínio, manutenção e segurança na atividade. E o tamanho do box pode
ser mudado quantas vezes a companhia achar necessário, ao contrário do
que ocorre no aluguel de galpões.
A atividade tem clientes tanto entre pessoas físicas como jurídicas. Em
regra, as primeiras armazenam móveis e objetos, ao passo que as
empresas procuram por espaços para guardar documentos e produtos que
fabricam.
...mas com segurança
No entanto, muitos sequer sabem que o serviço existe e é um campo
promissor da economia nacional, em especial porque ainda se trata de um
serviço relativamente novo por aqui. O setor como um todo também sempre
teve dificuldades em divulgar suas práticas. Mas é curioso notar que tal
falta de visibilidade também se dá nos EUA, berço do self storage. A
atividade existe no país há mais de 60 anos e, mesmo assim, uma recente
pesquisa mostrou que 15% dos americanos a desconhecem por completo.
Há quem evite deixar bens em armazéns por temer roubos. "É um receio
totalmente infundado", diz Corrêa. "Há um pesado investimento em
segurança por parte das empresas do setor. A Minidocks, por exemplo,
conta com um gigantesco aparato que monitora e registra tudo o que
ocorre em suas dependências. E os ladrões, se não tiverem a orientação
de terceiros, têm enorme dificuldade de agir - afinal são centenas de
boxes, muitos com itens de pouco valor. Além disso, todos os clientes ou
fazem seguro quando contratam a armazenagem ou já têm seus objetos
segurados anteriormente". E ele arremata, confiante: "Este mercado vai
seguir crescendo, baseado tanto no maior conhecimento do brasileiro a
respeito da atividade como na entrada de players estrangeiros dispostos a
adquirir empresas locais de self storage".
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